[Para crianças de 2 a 4 anos – Este conto discursa sobre o uso da mentira dentro de nossas casas e ainda fala do descuido dos pais perante a educação dos próprios filhos. Linguagem simples, com situações da realidade e ao mesmo tempo procurando gerar uma imagem concreta da mentira para a criança. Assim, o adulto pode enfatizar sua descrição na hora da leitura para criar emoção e dessa forma ajudar ainda mais na moral da história: os malefícios do uso da mentira. No fim do Conto o responsável ainda pode conversar sobre os malefícios da mentira e cientificar a criança da moral objetivada, tentando realçar as consequências da mentira.] Cláudio Castro.
Terezinha, Matilde e Jeferson – duas amigas e um mentiroso.
Terezinha era uma menina muito esperta, vizinha de Matilde – sua melhor amiga !
Brincavam juntas, estudavam juntas, iam e vinham de muitos lugares sempre alegres !
Mas essa não é a história apenas das duas amigas, e sim a da Senhora Mentira!
Ninguém conseguia ver ela de perto, se escondia como ninguém, mas sempre inesperada a Senhora Mentira aparecia ! Se ela fosse convidada, entrava na moradia e era muito difícil tirar ela de lá, pois a cada mentira, surgia outra mentira maior ainda ! E ela ficava cada vez mais forte !
Sabe onde ela morava? Na casa do outro vizinho, o Jeferson, um menino muito levado, jogava bola com os amigos da rua, gosta de pregar peças, sem falar é claro – nas mentiras !
Certo dia, ouviu-se um grande barulho e um grito de um menino assustado:
_ Socooorro um lobo, um lobo !
Todos correram assustados em direção a casa do Jeferson armados com todos os tipos de paus… mas ao abrirem a porta tinha apenas um ursinho de pelúcia !
Jeferson disse com a risada presa entre os dentes:
_ Oi pessoal, me confundi, era só um bicho de pelúcia !
E todos saíram resmungando do tempo perdido.
Outro dia, o Jeferson estava chegando a casa e boatou para todos os vizinhos que era pra guardar água em baldes, pois avisaram na Escola que iriam cortar a água das casas por uma semana !
Alguns começaram a encher os baldes de água, mas logo foram desmentidos pela Terezinha e Matilde, que estudavam no mesmo colégio:
_ Não teve nenhum aviso de falta d’água, é mais uma mentira do Jeferson !
Alguns pais foram reclamar com o pai de Jeferson e sabe qual foi a resposta:
_ Rá rá rá, esse menino está muito esperto ! Parece com o pai !
E não deu nenhuma trela, pois a Senhora Mentira estava feliz por lá ! Ela ficara rindo e como um vento uivando falava sem ninguém captar :
_ Rá Rá Rá !! Sou a Senhora Mentira e todos dessa casa são meus amigos e me obedecem !
Depois desse ocorrido, Terezinha e Matilde foram brincar e todos já ficaram sabendo que o Jeferson é um grande mentiroso e o pai dele não ajuda em nada na educação do filho !
Tempo vai, tempo vem… Até que num certo dia, um fato estranho ocorreu…
O pai de Jeferson foi trabalhar a pé e deixou o carro no sol com o telefone dentro do carro. Mas o sol estava tão quente, que o telefone começou a pegar fogo !
Jeferson estava brincando de carrinho na rua, quando viu um fogo dentro do carro ! Ele ficou vermelho e saiu correndo gritando:
_ Fogo ! Fogo ! Fogo ! O carro de papai está pegando fogo !
Terezinha ouviu e disse pra mãe:
_ Olha só mamãe, o Jeferson não cansa de querer enganar os outros, está mentindo novamente !
E a mãe dela concordou e continuou preparando o almoço.
Depois, na casa de Matilde, ao ouvir os gritos – seu pai disse:
_ Veja só Matilde, esse menino Jeferson está pensando que vai nos enganar novamente, e pior que nem o pai dele quis colocar ele de castigo !
E continuaram nas suas tarefas de casa…
O Jeferson já não sabia mais o que fazer e começou a chorar na rua.
Nesse momento o fogo do carro fez quebrar os vidros e subiu um grande fogaréu – só assim todos viram que era verdade o que Jeferson estava dizendo…
_ Ligem ! Ligem rápido para o Corpo de Bombeiros !
Num instante já se podia ouvir a sirene dos carros:
_ UOUOUOUOUOUO…
E logo depois os destemidos Bombeiros apagaram o fogo, já com o carro totalmente destruído.
Nesse momento o pai de Jeferson chega e fica apavorado com tudo, abraçou o filho que disse:
_ Pai! Papai ! eu vi o fogo no início, gritei, gritei, mas ninguém acreditou em mim !
Então, o pai em um silêncio profundo, pensando em tudo o que aconteceu, falou para o menino:
_ Vamos filho, vamos, porque agora nós dois estamos de castigo e de hoje em diante a mentira está proibida !
E a Senhora Mentira nunca mais entrou naquela casa !
O Jeferson? Ele nunca mais ousou falar mentiras e todos passaram a acreditar nele novamente !
Mas a Senhora Mentira não saiu triste, pois sabia que em alguma outra casa, logo logo iria encontrar abrigo…
[Reflexão]
ps.: Agradecimento a Equipe do Instituto de Psicologia Ser e Crescer, a Dra. Beatriz Acampora e a todos os participantes, onde vivenciei a excelente oficina “Transformação” na busca e incentivo pelos nossos ideais mais nobres – nosso propósito de vida. <http://www.isec.psc.br/ >
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